terça-feira, 28 de outubro de 2014

Acerca das eleições


“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.” Rm 13.1

   Fiz o compromisso pessoal de não me posicionar politicamente no mundo virtual nessas eleições, mas, agora que já se foram os pleitos, informo que fui voto vencido. Meu candidato no primeiro turno não foi para o segundo turno. E meu candidato no segundo turno não venceu. Confesso que, humana que sou, enchi-me de raiva, e tive vontade de desejar a pior sorte para o meu país: “tomara que dê tudo errado agora, para aprenderem o que é bom e votarem certo da próxima vez”.
   Ocorre que há dois erros essenciais nesse pensamento. O primeiro é, por vingança, querer o mal do meu próprio povo. Não nos ensinou o Senhor que devemos orar pela nossa terra (Jr 29.7), visto que, na sua paz, nós teremos paz? E o que quero para mim e meus filhos senão a paz? Resta-me, agora, orar pelo governo, para que o Senhor oriente a cada governante em suas decisões, a fim de que melhore a qualidade da saúde, diminua a inflação, tenhamos uma educação digna e contemos com segurança pública. Não cabe a mim julgar que o governo eleito não pode ser bom, visto que a Bíblia assegura que o coração do rei é como ribeiros de água na mão do Senhor (Pv 21.1), e Deus o inclina conforme a sua vontade.
   O segundo erro, também grave, é achar que o resultado das eleições foi errado. Creio que, se dizemos isso, e se culpamos os nordestinos, os mineiros, ou seja lá quem for, estamos anulando por completo a soberania de Deus. O resultado não foi o que eu quis, mas não posso, nem por um segundo, pensar que não foi o que Deus quis. Há, porventura, alguma autoridade não instituída por Deus? Seriam os brasileiros capazes de driblar a vontade do Senhor na instituição de seus governantes? Em Romanos 13.2 lemos que quem se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus. Tenho que concluir, então, que quem escolheu a nossa presidente foi, antes de tudo, o Senhor. E por que ele quis assim? Não faço a menor ideia. Mas não cabe a mim questioná-lo. A mim, cabe orar pelo meu país, sempre; cabe, ainda, amar o meu povo e mostrar que o país irá bem quando Jesus for, verdadeiramente, o nosso Rei.

2 comentários:

  1. Então... Eu tenho um monte de dúvidas sobre essa questão do versículo. Sei que a Bíblia não é para ser questionada, mas ultimamente ando questionando mesmo assim. Todo governo procede de Deus? E os governos fundamentalistas, fascistas, nazistas? Será que Deus permitiu que subissem ao poder, mas só pra testar a gente? Pra que os homens e mulheres de bem os combatessem? Mas aí não seria pra gente estar sujeito a eles... Bom, não sei responder isso... Mas sei que o cenário nacional e internacional está praticamente uma panela de pressão. Turbulências virão, e meu consolo (sou maldosa, eu sei) é que estourarão todas nas mãos dos atuais governantes. Oro pelo bem do povo, mas acho que o papel dos cristãos, nesse momento, é também vigiar diligentemente cada movimento dos poderosos e fazer oposição ferrenha sempre que necessário.

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    1. É sempre difícil aceitarmos que o que consideramos mau seja vontade de Deus. Por exemplo: Deus queria que Judas traísse Jesus? Fazia parte dos planos dele, não fazia? Quanto aos governos opressores, creio que em todos existe um propósito, e pode ser, sim, a provação dos cristãos. E a tendência é piorar. Estamos esperando a situação melhorar, mas não é o que está previsto (Mt 21.7-28). E, quando a coisa começar a ficar feia mesmo, então temos que nos alegrar! "Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças; porque a vossa redenção se aproxima" (Mt 21.28).

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