“Em verdade vos digo: quem não receber o reino de Deus como
uma criança, de maneira alguma entrará nele.” Lucas 18.17
Quando
vemos nossas crianças saindo de debaixo de nossas asas e se tornando tão elas
mesmas, tão grandes, tão independentes... Dá uma dorzinha de pensar em vê-las
partir um dia, mas alegria de ver que estamos cumprindo nosso papel de pais, e
fazendo delas não um pedaço de nós, mas pessoinhas de verdade, e é assim que a
vida deve ser. Ah, mas como queríamos tê-las sempre, sempre por perto. Como eu
queria que esses pezinhos não crescessem, e que as marcas das mãozinhas fossem
sempre as mesmas (mesmo quando deixadas nas paredes da casa). Queria eternizar
a voz dos meus filhos em minha memória, e nunca esquecer o jeitinho com que
falam mamãe e papai. Ah, eu queria... Queria tê-los sempre meus, sempre com
essas bochechas macias a procurar meus beijinhos e com essas mãozinhas inquietas
a procurar segurança em meus dedos. Mas eles vão crescer, e que seja em
estatura e graça, sob a bênção do nosso maravilhoso Deus.
Mas há um Pai
cujos filhos não precisam, nem devem crescer. Há um Pai, que, para segurança de
seus filhos, quer vê-los sempre dependentes, sempre debaixo de suas asas,
sempre procurando sua presença. Mas esse Pai, o nosso Pai, muitas vezes vê seus
filhos optarem por outros caminhos que não o seu. Por que somos tão bobos, meu
Deus? É difícil entender que não existe lugar mais gostoso e seguro que o colo
de Deus? Sou criança como meus filhos, não sei fazer nada, absolutamente nada,
sem o meu Pai, mas tantas vezes insisto em fazer do meu jeito, para acabar
voltando arrependida depois. Exatamente como a criança que se machuca por
desobedecer e volta para pedir o beijinho que cura, sabendo que não lhe será negado,
apesar da desobediência. Voltamos para o Pai, para receber o seu bálsamo que
cura qualquer dor. E Ele não nos negará o amparo. Por que queremos tanto
crescer, se importa mesmo é que diminuamos? Que deixemos de ser nós mesmos para
que haja mais dele em nós?
Sejamos
crianças. Crianças como nossos filhos. Crianças que não querem crescer, mas sim
permanecer, sempre, debaixo da mão protetora do Pai. Crianças que não têm
vergonha de chorar, ou de começar de novo quando erram. Sejamos tão crianças e
tão pequeninos que jamais cogitemos dar um sequer passo para fora da presença
do Pai. É assim que Ele nos quer. É assim que devemos ser.
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