domingo, 15 de março de 2015

Eu que falo demais

“O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína.” Pv 13.3

                Se tem algo que eu tenho feito ultimamente é tentar pegar no ar as palavras já ditas. Já fui calada demais e hoje estou na fase do “pronto, falei”. Principalmente quando não era para ter falado. E quanto arrependimento vem depois. Tenho lido incansavelmente Provérbios e o livro de Tiago, e é como se Deus repetisse para mim: cala a boca, criatura! Mas eu sou uma filha desobediente e não me calo. Não consigo calar! É mais forte do que eu. Quando vi, já falei. E vamos de novo correr atrás da flecha lançada.
                Eu xingo, murmuro, me queixo, falo mal dos outros. Falo mal até mesmo das autoridades do meu povo (At. 23.5), as de longe e as de perto. Falo contra os que verdadeiramente amo. Causo dor e contendas. Meu Deus, o que tem acontecido comigo? Como pode um ser humano fazer tanta coisa errada mesmo sabendo o que é certo?
                E se falo tanto o que é mau, incapacito-me para dizer o que é bom (“acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?” Tg 3.11). E quanta frustação tenho experimentado.  Onde ficou quem eu era? Sabe aquela mulher rixosa de que Provérbios fala? Sou eu.  Que exemplo tenho dado aos meus filhos? Se eu assim continuar farei dos meus filhos duas crianças de boquinhas perversas, exatamente como a mãe.
                Se faço hoje este desabafo público é porque estou realmente arrependida e preciso me corrigir. Não vou mais falar. A partir de hoje me calo. Ou, pelo menos, tento me calar.


“Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e, sim, o que detesto.” Rm 7.15

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