“O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito
abre os lábios a si mesmo se arruína.” Pv 13.3
Se tem
algo que eu tenho feito ultimamente é tentar pegar no ar as palavras já ditas.
Já fui calada demais e hoje estou na fase do “pronto, falei”. Principalmente
quando não era para ter falado. E quanto arrependimento vem depois. Tenho lido
incansavelmente Provérbios e o livro de Tiago, e é como se Deus repetisse para
mim: cala a boca, criatura! Mas eu sou uma filha desobediente e não me calo.
Não consigo calar! É mais forte do que eu. Quando vi, já falei. E vamos de novo
correr atrás da flecha lançada.
Eu
xingo, murmuro, me queixo, falo mal dos outros. Falo mal até mesmo das
autoridades do meu povo (At. 23.5), as de longe e as de perto. Falo contra os que
verdadeiramente amo. Causo dor e contendas. Meu Deus, o que tem acontecido comigo?
Como pode um ser humano fazer tanta coisa errada mesmo sabendo o que é certo?
E se
falo tanto o que é mau, incapacito-me para dizer o que é bom (“acaso pode a
fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?” Tg 3.11). E
quanta frustação tenho experimentado.
Onde ficou quem eu era? Sabe aquela mulher rixosa de que Provérbios
fala? Sou eu. Que exemplo tenho dado aos
meus filhos? Se eu assim continuar farei dos meus filhos duas crianças de boquinhas
perversas, exatamente como a mãe.
Se faço
hoje este desabafo público é porque estou realmente arrependida e preciso me
corrigir. Não vou mais falar. A partir de hoje me calo. Ou, pelo menos, tento
me calar.
“Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir,
pois não faço o que prefiro, e, sim, o que detesto.” Rm 7.15
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